Muitas pessoas que compram livros eletrônicos passam a dedicar mais tempo à leitura, mostram as primeiras pesquisas sobre o assunto, num sinal encorajador para o mercado de livros.
Num estudo com 1.200 donos de leitores de livros eletrônicos nos Estados Unidos, realizado pela Marketing and Research Resources Inc., 40% disseram que passaram a ler mais do que com livros impressos. E 55% dos entrevistados pelo estudo, realizado em maio e financiado pela Sony Corp., que fabrica aparelhos do tipo, acharam que vão usar o aparelho para ler ainda mais livros futuramente. O estudo analisou donos de três aparelhos: o Kindle, da Amazon Inc., o iPad, da Apple Inc., e o Sony Reader. Cerca de 11 milhões de americanos terão pelo menos um leitor de livro eletrônico até o fim de setembro, calcula a Forrester Research. As vendas de livros eletrônicos nos EUA cresceram 183% no primeiro semestre do ano ante o mesmo período de 2009, segundo a Associação de Editores Americanos.
Pelo menos entre os primeiros a adotá-los, os livros eletrônicos não estão apenas substituindo os antigos hábitos de leitura, mas complementando-os. A Amazon, a varejista on-line que é a maior vendedora de livros eletrônicos, afirma que seus clientes, após comprar um Kindle, adquirem 3,3 vezes mais livros dela — um número que acelerou no último ano à medida que o preço do aparelho baixava.
Desde que comprou seu Kindle, ano passado, Leslie Johnson tem lido mais e em mais lugares — como num caiaque. Numa viagem recente, ela devorou um livro de ficção científica enquanto o marido pescava. "Coloquei uma capa à prova d'água", diz a engenheira de 34 anos, que mora em Albany, no Estado de Nova York.
O escritor de mistério e suspense Michael Connelly diz que deve ter uns 30 livros eletrônicos em seus Kindle, Sony Reader e iPad embora ainda leia livros impressos porque recebe muitas amostras de livros de sua editora. "Nunca vou parar de amar o livro impresso", diz ele. Mas acrescenta: "Estou muito interessado nesse mundo. Os e-books chegaram para ficar." E complementa: "Existe a vantagem de poder carregar várias coisas. Viajo muito — acredite, eu percebo o peso."
Os primeiros livros eletrônicos apareceram nos anos 90 e não atraíram o interesse das pessoas, que tinham de ler as obras no computador ou na telinha do celular. Ao criar o Kindle, Jeff Bezos, diretor-presidente da Amazon, disse que pretendia desenvolver uma tecnologia que incentivasse leituras longas, em vez de pequenos trechos.
Pessoas que usam e-books também dizem que 52% de seus livros eletrônicos foram edições que eles compraram, enquanto 48% eram amostras grátis ou versões de domínio público.
As bibliotecas americanas estão expandindo os serviços que permitem às pessoas "retirar" virtualmente um livro pela internet, com arquivos que travam automaticamente quando termina o prazo do empréstimo. Segundo a Associação Americana de Bibliotecas, apenas 38% delas ofereciam serviços de empréstimo de livros em 2005, mas ano passado o número cresceu para 66%.
Existem alguns aspectos da experiência com um livro impresso que os livros eletrônicos ainda não conseguiram recriar. Travas digitais nos livros eletrônicos impedem que se empreste a obra para um amigo, embora os títulos gratuitos sejam compartilhados mais rapidamente do que nunca pela internet. O Scribd.com, um site em que é possível publicar e ler livros digitais, compartilha livros e documentos 10 milhões de vezes por mês, afirma a empresa que o opera.
Números de páginas também são um problema para os livros eletrônicos, já que o número de palavras na "folha" depende do tamanho da tela e da fonte. As páginas podem ser antiquadas, mas são muito úteis para garantir que os participantes de um clube de leitura ou estudantes saibam qual página está sendo discutida. Para o leitor individual, a ausência de número nas páginas implica que não há como pular até o fim do livro. A maioria dos livros eletrônicos tenta substituir o número da página mostrando a porcentagem do livro que já foi lida.
Mas o papel tem um benefício que os eletrônicos não têm: não precisa ser desligado durante a decolagem e a aterrissagem do avião. Numa viagem recente a Seattle, Jamie McKenzie, um escritor de 64 anos de Bellingham, no Estado americano de Washington, disse que se sentiu superior quando pediram que o homem do assento ao lado desligasse seu Kindle para a decolagem. "O cara pode ter acesso a 10.000 livros, mas eu é que consegui continuar lendo.", disse ele.
Fonte:
http://pesquisamundi.blogspot.com/2010/08/livro-eletronico-comeca-mudar-habitos.html
Acho o Kindle muito legal mas nada substitui o cheiro de um livro novo. Belo post galera
ResponderExcluirOlha que legal. Acabei de fazer a minha postagem sobre digitalização de livros e você fez também. Mentes Brilhantes pensam juntas (kkkkkkk). É notável o interesse que estamos tendo por Biblio, que permaneçamos assim..abraços
ResponderExcluirMuito interessante a disponibilização de livros eletrônicos e a criação de meios que comportem os livros. Gostei muito de obter essas informações aqui no blog! bjus
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